domingo, agosto 29, 2004

Adolescência vazia

"Eu tinha quase 16, ninguém me compreendia, e eu não compreendia ninguém”, essa frase durante muito tempo, regeu parte de meus pensamentos e ideologias. Atualmente minha “filosofia” é outra: "sou pegadas na areia que o mar já levou". Ultimamente tenho pensado na minha infância, no que eu vivo e no que sou enquanto pessoa hoje. E sabe que conclusão eu cheguei? Nenhuma. Isso me assusta muito, porque eu não tenho nenhuma lembrança ou recordação de 5, 8 anos atrás. Na verdade, se eu for parar e pensar o que eu fiz ontem, não sei dizer... O que está acontecendo comigo? Tenho medo de chegar aos meus 25 anos sem ter vivido ou aproveitado a minha infância e a minha adolescência... Não quero “curtir” quando já não tiver nada de satisfatório para ser vivido. A cada dia que passa, tenho receio de um novo amanhã... Sei que estou aqui, mas não sou mais a mesma de algum tempo... “Vou chorar com medo, vou lembrar do tempo de onde eu via o mundo azul”.
É horrível essa sensação de desprezo interpessoal que estou sentido, queria fazer algum feito mirabolante, criar, expressar-me de qualquer forma... Mas acima de tudo queria ser reconhecida! Não estou conseguindo chegar no eixo principal de meu pensamento... Estou dando voltas e voltas, afinal, é só isso que eu faço, dou voltas e não consigo chegar à um denominador comum. Ás vezes, eu fico observando as pessoas da mesma idade do que eu (16 anos), a contarem suas histórias, o que fez, para onde foi, quem conheceu... E quando me perguntam o que eu fiz, etc..etc.. Nunca tenho uma resposta pronta, ou melhor, acho que nunca cheguei a ter respostas, e isso é o que me deixa, mas revoltada diante do contexto. Se nascemos para viver, é isso que devemos fazer! Mas não é isso que eu faço... Basicamente eu não vivo, só reescrevo momentos já vividos, e isso sinceramente me deprime.
Tenho medo de crescer, ser independente... Engraçado, porque nesse exato momento o que eu mais almejo, é o que mais me assusta. Estamos no mês de Agosto, e creio eu que até Dezembro os mesmos sentimentos ainda farão parte de mim... O que irá mudar são os novos conceitos e conhecimentos que irei adquirir a cada dia. Mas isso não me deixa orgulhosa, até porque não tenho motivos para afirmar qualquer coisa (Palavras são erros e os erros são meus. Eu sei...). De qualquer forma foi muito bom falar com o meu inconsciente, espero revê-lo e poder contar algo de novo. Vou terminar como de costume, fechando com uma frase:
“Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou. Mas tenho muito tempo, temos todo tempo do mundo. Todos os dias antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia... Sempre em frente! (Legião Urbana)

Layla Melo (layla_melo@hotmail.com)

Sabe, eu concordo com você, só que se você realmente parar para pensar, verá que, sim, você tem estórias a contar, entretanto, são diferentes das outras pessoas... Você viveu o que você viveu, infelizmente apagou da sua memória, e vive pensando que não viveu.
Comigo é a mesma coisa, eu também não me lembro do que eu fiz ontem, do que eu comi na hora do almoço ou do que vi na faculdade (huh -_-'), porque não ligo para essas coisas, estou 99% do meu tempo no automático, e me assusto sempre que percebo que estou vivo.
Não estou aqui para dar conselhos ou apoio, só estou querendo dar o meu ponto de vista. Reflita, pare para pensar e veja que ontem, foi diferente de ante-ontem, que vai ser diferente de amanhã. Ao tomar o café da manhã, sinta o copo do leite, ou quando for tomar o primeiro banho, sinta a água tocando seu corpo... Creio que você vai se lembrar disto pro resto da vida (com a música Black Hole Sun, do Soundgarden tocando no fundo)

Leonardo Lobo

PS - Cadê os templates ?!!!!!!!!! É um real, é um real !!! São um real ae, tio ! Pows... faça fé, que eu to com preguiça de ver templates. (Regulamento: Quem ganhar, vem pegar a grana aqui em casa, falowz... Se for mulher, ganha 2 reau).