quarta-feira, janeiro 26, 2005

Foi tarde, mas foi

Eu não sei como vai ser este ano novo que entrou. Uma nova etapa na minha vida começou e não sei como me sinto em relação a isto. Como disse em posts anteriores, larguei a faculdade por falta demotivação, porém aleguei que era a mensalidade que estava cara demais. Eu fazia Ciências da Computação em uma universidade particular aqui em Belém - e não aprendi nada.
Agora vou estudar em um cursinho aqui perto de casa. Não sei se ele é ruim ou bom, mas tomara que tenha aquela singela, porém tênua, competição de turmas, para ver quem são os 5 primeiros da turma. Isso me faz ter um certo interesse em estudar, mostrar para todos que eu sou bom em alguma coisa.
Pela primeira vez na minha vida sinto que tenho uma vontade enorme de estudar, como se eu tivesse errado em ficar na ociosidade todos esses benditos anos, e agora tivesse que colocar minha bunda em uma cadeira, e devorar louco de tesão todos os livros sedentos de conhecimento que estão na minha frente, sem antes fazer 69 em cada um deles.
Nessas "férias" (digamos que nesse mês de janeiro, porque minhas férias começaram em setembro), eu li nada menos que 3 livros enooormes, igual a mesma quantidade de livros que li na minha vida toda. Finalmente estou ficando culto (li Anjos e Demônios e Código da Vinci, do mesmo autor, e Por um Fio, do Dráuzzio Varella - o médico da Globo). Agora eu sei muita coisa sobre os Illuminatis, Jesus e cancêr. E isso aumentou a minha lista de "profissões que eu quero ser": parapsicólogo, escritor de livros de conspiração, colunista, simbologista especializado em símbolos religiosos exceto por símbolos do cristianismo, papa, oncólogo e arqueólogo.
Entretanto, você pode perguntar: "perae leo, como assim papa?!" e eu respondo: "simples, posso falar que afalta de mulher (e de sexo) que me crucifica até hoje foi apenas um voto de celibato que eu fiz a Deus quando criança, demonstrando o quanto religioso eu sou, daí eu rezo um Credo, se eu me lembrar é claro."

Voltando ao assunto, estou contente porque vou novamente estudar em uma sala de aula, ou seja, um novo círculo de amizade será aberto, e consequentemente, terei amigos novos - e amigas. Não que eu esteja cansando dos velhos amigos que sempre aguentaram minhas piadas sem graça e meus momentos de depressão e angústia, não, não é isso. Simplesmente porque uma nova mente irá revitalizar meu pequeno círculo de amizades com novas experiências, contos e micos.
Como eu não acredito em coincidências, tenho certeza que este ano será especial, que algo estará me esperando assim que eu cruzar as portas do cursinho. Novas experiências, novas amizades, novos conhecimentos. Tudo novo neste ano que promete ser oúltimo do meu passado. O ano passado me fez ver o mundo com outros olhos, a angústia seguida de uma depressão leve também me fez ver o mundo com outros olhos, e ambas me mostraram que devo seguir em frente.
Yes, my friends, I'm growing up.

Leonardo Lobo

PS - Também tenho quase certeza que toda essa auto-confiança vai acabar no momento que eu pegarum livro de matemática para estudar...

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Uma mágoa do Passado

Dias desses, enquanto conversava com um amigo, recordei uma lembrança reprimida, escondida desde a época que aconteceu. Uma parte do meu passado que não gosto de lembrar, mas que devo aceitar, pois já aconteceu, e que ninguém poderá mudar.
Na época, eu cursava a 6° Série, um ano inesquecível, escolhida por certo tempo como o melhor ano da minha vida. Estava equivocado. Foi um ano inesquecível não pelas amizades que eu tive (e que consequentemente acabaram com o fim do ano, pois mudei de colégio), mas pelos traumas que sofri.
*OBS: Trauma é uma palavra muito forte, mas define com clareza as feridas que ficaram.

Certo dia, quando cheguei na sala de aula (sempre cheguei tarde) vi uma alvoroço anormal, e percebi que todos estavam com um papel branco na mão. Não liguei e me sentei na última cadeira da última fila ( sempre sentava com os CDFs e os babacas da turma, talvez por ter sido um, não sei).
Um pouco antes de "bater a campa" (hora do intervalo), me senti incomodado com os sussurros que de vez em quando apareciam , até que perguntei para um moleque que estava no meu lado (eu não me lembro quem):
- O que está acontecendo? Por que todo mundo está conversando tanto?
- Você não sabe ? Nesse fim de semana vai acontecer a festa de aniversário da _________ , e praticamente toda a sala foi convidada.
- Hum. Eu não to sabendo...
- Você não recebe o convite ?
- Não, é que eu...
- Então vai pegar, até eu já recebi o meu.
E, com toda a convicção de que a _________ tinha me esquecido, fui até ela e perguntei:
- Ei ___________ , é sério que tu vai fazer uma festa ?
- Eu... errrr, sim.
- E você não vai me convidar ? Eu estudo com você desde o maternal, não é justo que...
- Você não recebeu ? Eu dei pra "Fulana" porquê não te achei.
- Sério? Rapidin, que eu vou falar com ela.
(Passagem rápida de tempo)
- Errr... __________ , a "Fulana" não sabe do que você falando.
- Errr... Você quer ir mesmo ?
- Todo mundo vai.
- Tá, então toma esse endereço, meu apartamento fica no bla.. blá..blá

E lá fui eu para minha primeira festa que não seja de um parente.
O apartamento dela era impecável, ficava na cobertura de um prédio de um bairro nobre daqui de Belém. Era espaçoso, a própria sala deveria ser do tamanho do meu apartamento, e era ali que os adultos ficavam. Os "pré-adolescentes" (um dia vou inventar uma palavra melhor) ficavam no quarto gigantesco que deveria ser a mãe da aniversariante, ou uma outra sala; de qualquer forma, até a sacada era 2x maior que a minha.
O ambiente estava escuro, tinha um sofá no canto e um espaço grande para dançar; e como eu amo dançar, fui para sacada e me sentei numa cadeira segurando um copo de coca-cola numa mão e um cigarro na outra, enquanto habilidosamente expelia círculos de fumaça com a boca. (iuaheiuaheiauheiaueha, mentira pessoal, eu não fumo, só quis colocar isso para melhorar o clima, tá muito chato essa história)
Depois de uns 5 copos, fui falar com a _________ para perguntar onde era o banheiro, quando de repente, a própria chega comigo e fala:
- Leo, vem cá. - e me puxa para dentro da sala/quarto, me colocando no meio da galera, mas ninguém ligou - Fica aqui, não me mexe, tenho uma surpresa para ti. - Huh... Muitas coisas passaram pela minha cabeça naquela hora, será que era agora que as meninas iriam tirar a roupa e pular em cima de mim, ou que a _________ iria se declarar abertamente todo o amor por yo?
Ela foi até o som, e falou em um tom alto para todos escutarem:
- Eu quero oferecer essa música para Leonardo Lobo, um grande colega. - Eu sabia, ela me amava.
Então, a música começou seguido de risos, muitos risos e dedos, sim, dedos apontando para minha cara de bobo, que ficou ali parado enquanto tocava "Robocop Gay" naquele som escroto.
Queria que minha primeira reação fosse bater em todo mundo "a lá MATRIX", mas como não sou assim, peguei mais um copo de coca, fui para a sacada, subi no parapeito, bebi aquilo que deveria ser minha última fonte de prazer, e me joguei... e estou caindo até hoje.

Leonardo Lobo

sábado, janeiro 08, 2005

I Need You...

Oi...
Faz tempo....
Muito tempo...
Três ou quatro meses ? Nem me lembro direito.
...
Estava vendo coisas velhas no meu computador quando achei a velha pasta dos textos do meu blog e senti uma saudade imensurável de vir aqui, ver como estava. E quando entrei, percebi que, em todos esses meses, algumas pessoas continuam lendo as maluquices que um dia eu escrevi. Estou escrevendo esse post só para avisar que não morri, estou mais vivo do que nunca.
Muita coisa mudou em tão pouco tempo. Minha vida dá voltas a cada 7 meses. Estou de um forma hoje, em julho estou completamente diferente. A única coisa que não muda é esse meu computador escroto. Dois anos e nada.
Eu li muitos dos poucos post que escrevi, e me emocionei, senti saudade do meu passado. Meu passado que tanto joguei praga, que de todas as formas tentei esquecer.
E cheguei a conclusão... enquanto escrevia esse último post: preciso aceitar meu passado, aceitar as coisas que aconteceram comigo, e seguir em frente, para virar um homem adulto e finalmente viver.

Até mais. Eu não os abandonei, apenas pedi um tempo.

Leonardo Lobo